O VELHO
Aquele homem sentado
olhando o mundo
com o semblante apagado
não é um vagabundo
parece cansado
Das indefinições da estrada
na terra envelhecendo
sem querer quase nada
precisando de quase tudo
No olhar perdido
reconhece a fadiga
nos lábios quietos
os sussurros incompreendidos
As mãos enrugadas
já não mais apalpam
os sentidos da carne
que outrora carícias abrigavam.
Não sei se maltratado
belo ou calejado
alinha-se na exata medida
que por certo o domina
em seu discreto equilíbrio
Sabendo de quase tudo
sem poder dizer quase nada.
Anna Dulce Pelajo
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